sexta-feira, 24 de agosto de 2012

MAPA DA TARDE

[ZMAB;
de manhã, na ESP da neta Carmen, reencontro com P. M. H., que, em tempos, esteve na AA, em HA]  
 
[ao final da tarde, a habitual «inspecção» ao Chão de General Z;
muito pó, como sempre; melhor, sobretudo a atitude da General]

antes, dois reencontros AA:
 
- Em S. TEOT, aproximou-se  R.P. (talvez, 1.º Bloco de 97-98, «impulsivo Menino», então, «na casa dos 30» agora, calvície em progresso -  ARQU, disse «que a mãe é de S. M. das AMOR, que tem uma Loja de Artigos dos 50, à sociedade com (...) em Lisboa, que vai fazendo umas coisas em ARQ»;
Pois
 
- Em ODEM, com Mestre C. S., irredutível Gaulês de GD, em Estágio em V. N. de M. - que gritou do outro lado da rua e «fez o seu humor habitual»

Fumadores (só para) - Jullio Ramón Ribeyro

Recorte do conto inicial de A palavra do mudo:

         Os escritores, por regra, são grandes fumadores. Mas é curioso que não tenham escrito livros sobre o vício do cigarro, como escreveram sobre o jogo, a droga ou o álcool. Onde estão o Dostoieski, o De Quincey ou o Malcom Lowry do cigarro? A primeira referência literária ao tabaco que conheço data do séc. XVII e encontra-se no Don Juan de Moliére. A obra arranca com a frase: «Diga o que disser  Aristóteles e toda a filosofia, não há nada que se compare ao tabaco...Quem vive sem tabaco não merece viver.»Desconheço se Molière era fumador - se bem que naquela época o tabaco era aspirado pelo nariz ou mascado -, mas esta frase sempre me pareceu pioneira e profunda, digna de ser tomada como divisa pelos fumadores. Os grandes romancistas do século XIX - Balzac, Dickens, Tolstoi - ignoraram por completo a questão do tabagismo, e nenhuma das suas centenas de personagens, tanto quanto me lembro, teve alguma coisa a ver com o cigarro. Para encontrar referências literárias a este vício é preciso avançar até ao século XX. Na Montanha Mágica, Thomas Man põe estas palavras nos lábios do seu herói, Hans Castorp: «Não percebo como se pode viver sem fumar... Quando acordo, fico feliz por saber que poderei fumar durante o dia, e quando estou a comer tenho o mesmo pensamento. Sim, posso dizer que me alimento para poder fumar... Um dia sem tabaco seria o cúmulo do aborrecimento. Seria para mim um dia absolutamente vazio e insípido. e se pela manhã tivesse de dizer a mim mesmo que hoje não fumo, julgo que não teria coragem de me levantar.» [...]
 
«Só para fumadores», in A palavra do mudo (1965), Julio Ramón Ribeyro, 2012, Porto,  Edições Ahab, p. 18

 

MAPA DOS DIAS

ZMAB
14.º Dia.
Escorrem os dias, sempre iguais, logo Tranquilos; E  General Z. voltou a gostar da Aldeia

Quanto a G., começa a sentir a falta do Circuito Roma - Chiado, ou seja, B. + B. - FNC; não há Novidades, mas há o Cheiro e os Dedos (e o uso desses espaços como Biblioteca );
 
 - definitivamente declarada  a incompatibilidade entre (a leitura da) Recherche e a Areia-Mar, voltou-se para uma das duas únicas alternativas vindas  na Mala: A palavra do mudo contos do peruano Julio Ramón Ribeyro

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A IMAGEM = único elemento essencial («Recherche»)

[...]
       E não era também o meu pensamento como que outro presépio, ao fundo do qual sentia que permanecia enterrado, mesmo para olhar o que se passava lá fora? Quando via um objecto exterior, a consciência de que o via ficava entre mim e ele, bordejava-o de uma estreita orla espiritual que me impedia de tocar alguma vez directamente na sua matéria; [...] Na espécie de barreira matizada de estados diferentes que, enquanto lia, a minha consciência ia erguendo em simultâneo, e que iam das aspirações mais profundamente ocultas dentro de mim mesmo  até à visão toda exterior do horizonte que, no extremo do jardim, tinha diante dos meus olhos, o que em primeiro lugar havia em mim de mais íntimo, o punho em constante movimento que governava o resto, era a minha crença na riqueza filosófica, na beleza do livro que lia, e o meu desejo de tomar posse delas, fosse qual fosse o livro. [...]
       Depois dessa crença central que, durante a minha leitura, executava incessantes movimentos de dentro para fora, para a descoberta da verdade, vinham as emoções que me eram dadas pela acção em que tomava parte, poque aquelas tardes eram mais cheias de acontecimentos dramáticos do que muitas vezes uma vida inteira. Eram os acontecimentos que surgiam no livro que estava a ler; é verdade que as personagens por eles afectadas não eram «reais», como dizia a Françoise. Mas todos os sentimentos que a alegria ou o infortúnio de uma personagem real nos fazem experimentar só acontecem em nós por meio de uma imagem dessa alegria ou desse infortúnio; o engenho do primeiro romancista consistiu em compreender que no aparelho das nossas emoções, como a imagem é o único elemento essencial,

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

MAR-CHUVA + Bréchon+Pessoa

[«Mar-chuva», afinal, já não «levanta» hoje - TV Pimba e Volta]

- na p. 26 do Público de hoje, Eduardo Lourenço homenageia Robert Bréchon, falecido a 3 de Agosto

- G. relembra que General Z. (quando ainda lia) «teimava» - com a sua Lógica geralmente isenta de lógica - que Estranho Estrangeiro (França, Abril de 96; Dezembro, em tradução de Pedro Tamen) fora escrita por «mão feminina» - e que não foi fácil levá-la a admitir que não...

- voltar a esta »Biografia» de Pessoa, sempre, sobretudo agora, quando um Disparate oriundo do Brasil «teve honras mediáticas» e outras...

Um RECORTE do texto de E. L.:

[...] A sua magistral revisitação do itinerário de Pessoa recicla todos os mais conhecidos retratos do autor do nosso poeta, a começar pelo do seu primeiro biógrafo, João Gaspar Simões, a quem presta, sem necessidade de o reabilitar, uma sentida e justa homenagem. Tanto mais justa quanto vem de alguém que cedo percebeu que na ausência de vida real, no sentido óbvio, a sua existência ilustrada às avessas por Pessoa era de essência e conteúdo incontornavelmente poético e só dessa original e radical osmose vive e se alimenta. A vida real de Pessoa era autobiografia real e imaginária ao mesmo tempo, e só o seu texto, interrogado ou aceite como essência e alma da sua vida, podia dar dela o espelho que a reflecte ou ela mesmo é. [...]

[sublinhados acrescentados]

MAPA DA MANHÃ

[Zmab - tradicional chuvinha de Agosto;
- famílias «ainda branquinhas», o chamado «2.º Turno», que divide «alugueres» e crianças, para trás e para a frente, no mínimo, «inconformados»]

- há pouco, G. «sinalizou» a Padaria a um senhor, baixo e calvo
- passando pela «garrafaria» na berma, comentou que «onde trabalhava era pior» - Bairro Alto, pois
- a seguir,  a curta conversa derivou para a Bica, «Vai-Tu»...
- sempre a Geografia da Infância - neste caso a «220 casuais»

- no Estaminé de L. - agora «embevecido» com a netinha, «Carmen»
 - há pouco entrou L. S., só
 - Mestre «histórica» da AA - em tempos, da «verdadeira Sobrinha» - que há décadas para aqui vem
 - acabada de chegar, no Expresso, vai, como sempre, «para o Monte» - mas, antes, diz que «precisava de uma Tosta Mista» - lá foi

sábado, 11 de agosto de 2012

Corre à Janela

21:00 [Zmab]

Daquela Varanda, disse G. para General Z.:

«É o mais perto de estar no Monte sem estar.»

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

«Memorial» - «O Homem há-de voar um dia»

Miguel Real fala «do Livro da (sua)  Vida» -
MEMORIAL DO CONVENTO - em vídeo da série «Ler mais ler melhor»:

quinta-feira, 9 de agosto de 2012