[chega o Verão; todos os anos a mesma história: arrumar o ESC.
vá lá vai; mês e meio depois, continua «tudo ao monte»]
- no topo de um, o recente livro de A. S. C.
- (ver o artigo de J. M. S. no «Actual» e no seu blogue «Biblio de papel»)
- G. ainda não chegou aos poemas da segunda parte («42 canções entre duas portas») - há tempo e Espera(s)
- mais um dos poemas da primeira («os que fazem o amor»), relida devagar
Que planturosas são as mulheres na praia,
São elas que persistem,
com essa cal secreta e a minúcia do amor,
em inventar crianças verosímeis,
anjos tecidos na espuma,
e assim vencem o sol, o masculino ardor
no declonar da tarde,
embevecidas.
Armando Silva Carvalho, De Amore. 2012, Lisboa, Assírio & Alvim, p. 15
vá lá vai; mês e meio depois, continua «tudo ao monte»]
- no topo de um, o recente livro de A. S. C.
- (ver o artigo de J. M. S. no «Actual» e no seu blogue «Biblio de papel»)
- G. ainda não chegou aos poemas da segunda parte («42 canções entre duas portas») - há tempo e Espera(s)
- mais um dos poemas da primeira («os que fazem o amor»), relida devagar
MULHERES NA PRAIA
Que planturosas são as mulheres na praia,
visões impressionistas, ao vivo, e em cores tão delicadas,
tão sábias no lento movimento
dos seus dedos,
dos seus dedos,
no maternal prazer estendido sobre a toalha
de sombras.
Todo o sumo dos lábios profundamente oculto
de sombras.
Todo o sumo dos lábios profundamente oculto
dos olhares
traz a quem julga ver imagens
frágeis, descartáveis
a solidez duma prática de vida entrançada
em sonhos que resistem.
frágeis, descartáveis
a solidez duma prática de vida entrançada
em sonhos que resistem.
São elas que persistem,
com essa cal secreta e a minúcia do amor,
em inventar crianças verosímeis,
anjos tecidos na espuma,
e assim vencem o sol, o masculino ardor
no declonar da tarde,
embevecidas.
Armando Silva Carvalho, De Amore. 2012, Lisboa, Assírio & Alvim, p. 15