[poema de Carlos de Oliveira, lido por S. R. L., a «iluminar» o ensaio «abaixo» referenciado]
Casa
A luz de carbureto
que ferve no gasómetro do pátio
e envolve este soneto
num cheiro de laranjas com sulfato
(as asas pantanosas dos insectos
reflectidas nos olhos, no olfacto,
a febre a consumir o meu retrato,
a ameaçar os tectos
da casa que também adoecia
ao contágio da lama
e enfim morria
nos alicerces como numa cama)
a pedregosa luz da poesia
que reconstrói a casa, chama a chama.
Carlos de Oliveira
«A pedregosa luz da poesia» (na série «A luz como meio e limite») - ensaio de Silvina Rodrigues Lopes, Público, Revista «2», p. 29 ou AQUI
Casa
A luz de carbureto
que ferve no gasómetro do pátio
e envolve este soneto
num cheiro de laranjas com sulfato
(as asas pantanosas dos insectos
reflectidas nos olhos, no olfacto,
a febre a consumir o meu retrato,
a ameaçar os tectos
da casa que também adoecia
ao contágio da lama
e enfim morria
nos alicerces como numa cama)
a pedregosa luz da poesia
que reconstrói a casa, chama a chama.
Carlos de Oliveira
«A pedregosa luz da poesia» (na série «A luz como meio e limite») - ensaio de Silvina Rodrigues Lopes, Público, Revista «2», p. 29 ou AQUI