- há três Épocas que R. «desconfinou», isto é, não é obrigado a classificar Exames - processo que era sempre bastante «penoso» [...]; ainda assim, longe dessas Épocas, no 21.o dia no Rugido, lançou um olhar para a prova [felizes os da «Escola do Paraíso», livres do seu peso de 30 % na Class.?]: o «Infante Santo», visto por Camões e Pessoa, «banalizado» por questões adequadas ao perfil de quem faz a prova [«Foi bom! Foi fácil!»]- naturalmente;
- destaque-se também, do II Grupo, o seguinte excerto do Discurso de Tolentino de Mendonça, do 10 de Junho de 2020, em «plural majestático» - também «empobrecido» por «mecânicas propostas múltiplas»... - mas não da parte em que representa Camões como o grande Desconfinador»:
[...] Camões não nos deu só o poema. Se quisermos ser
precisos, Camões deixou-nos em herança a poesia. Se, à distância destes quase quinhentos
anos, continuamos a evocar coletivamente o seu nome, não é apenas porque nos ofereceu, em
concreto, o mais extraordinário mapa mental do Portugal do seu tempo, mas também porque
iniciou um inteiro povo nessa inultrapassável ciência de navegação interior que é a poesia. A
poesia é um guia náutico perpétuo; é um tratado de marinhagem para a experiência oceânica
que fazemos da vida; é uma cosmografia da alma. Isso explica, por exemplo, que Os Lusíadas
sejam, ao mesmo tempo, um livro que nos leva por mar até à Índia, mas nos conduz por
terra ainda mais longe: conduz-nos a nós próprios; conduz-nos, com uma lucidez veemente, a
representações que nos definem como indivíduos e como nação; faz-nos aportar – e esse é o
prodígio da grande literatura – àquela consciência última de nós mesmos, ao quinhão daquelas
perguntas fundamentais de cujo confronto um ser humano sobre a terra não se pode isentar. [sublinhados acrescentados]