sábado, 25 de junho de 2016

BREXIT - «Os ingleses... (fumam cachimbo)» - almada

Recortes da parte inicial do poema de almada, de 1919: 


OS INGLESES FUMAM CACHIMBO
Ao doutor
António José d’Almeida
Allons enfants de la Patrie!
Seeing Paris,
Os ingleses fumam cachimbo!
― Fumam de dia,
Fumam de noite ―
L’homme à la pipe: englishman!

 [...]
 Os ingleses fumam cachimbo,
É natural!
As inglesas são de âmbar
E os ingleses fumam cachimbo!
[...]

As inglesas são de cautchouc,
São de Inglaterra!
O meu avô fumava cachimbo
E não era inglês!

Tinha três filhas,
Três maravilhas,
Eram cachimbos,
Eram três cachimbos,
Cada uma era um cachimbo!

[...]
Tanto a preta como o inglês
Tinham cara de cachimbos,
E as filhas eram cachimbos,
Ainda com o preço da loja!
Uma custava um tostão,
A outra [...]

Apesar de tudo,
Os ingleses fumam cachimbo
E bebem whisky,
E dizem All right,
E dizem good bye,
E dizem asneiras!
[...]
Escrito em Paris em 1919

Transcrito das pp. 100-103 do I vol. da Edição das «Obras Completas», da I. N. - C. da M., 1985



segunda-feira, 20 de junho de 2016

«O outro azul» - Rosa Maria Martelo

O outro azul

Dito de outro modo, sem justificação ou explicação alguma, há, eu sei, um avanço da imagem na linguagem. Entre uma e outra, nesse avanço, um salto, um vazio (mas não um salto no vazio). Há um pensar ao qual as palavras chegam com atraso, quase como se delas ficasse só a música lançada por diante. É ainda a linguagem, mas já não são palavras, são imagens, livres, que as palavras falham ao circundar. Há um azul que excede a palavra azul, há esse azul, e quando a sua mancha alastra, atrasa-se qualquer palavra acerca disso. Se A. L. diz «pára-me de repente o pensamento», posso imaginá-lo precisamente aí. O que então escreve e não escreve envolve uma pausa fulminante. Mas nunca poderei dizer isto: a ponte afunda-se no rio.

Rosa Maria Martelo, «Azuis», Relâmpago, n.º 31, 32; transcrito da p. 140, de  Resumo - a poesia em 2013, 2014, Fnac, Documenta

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Mapa do Dia - Última Sessão

8:30 às 10:00
- última Sessão (ao «sabor do Improviso») - [...]
- «Ai que prazer cumprir o dever... de ouvir os Outros M.»


- à tarde,  longe de Olhares Frescos e «argoladas»..., pôs-se a contar os Dias de Silêncio que aí vêm.

terça-feira, 7 de junho de 2016

O melro e o Palácio

[dia de 3 C.s de T., com o Melro a «ouvir o mesmo», na «E. do P.»]

- «AA - Álbum», de Eli - [pois, até o melro aproveita o «defeso»]:


sábado, 4 de junho de 2016

Clarice: “é mais fácil ser santa do que ser humana”

- [terminou muito bem o 1.º Dia da «L. P. ou T.» - na F. do L., com J. - que há vários anos lá não ia ...]

- «sendo recente, ainda não tem desconto especial?» - perguntou V. no Q. da R. d'A.[...] - como resposta, foi informado dos «20% da Ordem»
- não é cara, mas, para já, fica adiada a questão de a «acumular» com as edições «individuais» que estão na Estante do Ex-Quarto de J.

- ver «artigo-dossiê» do Observador, de  J. Emídio Marques sobre essa edição Completa dos Contos de Clarice e aspetos vários da «Vida-Obra»....